quinta-feira, 27 de março de 2014

porto - Benfica: mais e menos



Perder, dói. Perder com o porto, dói mais ainda. Todavia, tendo em conta as prioridades definidas pelo Benfica para a presente época, e na senda do que referi no post anterior, compreendo a gestão feita por JJ no jogo de ontem.

De facto, pareceu-me que JJ resistiu bem à tentação de apresentar um onze mais forte e resguardou atletas importantes para o difícil jogo de Braga, o que nos permitirá encarar esse jogo com mais disponibilidade física.

Naturalmente, apresentando o Benfica um conjunto de atletas “menos rodados” – casos de Cardozo e Salvio - e, por ventura, menos habilitados que os companheiros que substituíram – caso de Sulejmani – a qualidade de jogo ia ressentir-se, especialmente quando o jogo em causa se desenrolava no reduto de uma das equipas mais fortes da liga. 

Sem surpresas, portanto, o Benfica foi pressionado desde o minuto inicial pelo porto, que logrou marcar um golo cedo e colocar-se numa posição mais confortável para encarar o resto do jogo. O Benfica nunca conseguiu verdadeiramente impor o seu futebol e só no segundo tempo conseguiu equilibrar o domínio de jogo, ainda que tenha passado por alguns sustos nesse período. Notou-se, claramente, a inferioridade física de Cardozo, que estava incapaz de fazer uma pressão alta na defesa portista – especialmente, no verde Reyes, que ficou a sensação que abanaria perante uma pressão mais efectiva – e também a falta de acerto de Salvio e Sulejmani, que passaram ao lado do jogo. O Benfica estava inoperante ofensivamente e o meio campo do porto aparecia com superioridade na frente dos defesas encarnados, o que fez com que se passassem alguns calafrios.

Apesar de saudar a rotatividade de JJ, fiquei, no entanto, com a sensação que este mexeu muito tarde na equipa. Por exemplo, podia ter feito duas alterações, duma assentada, logo aos 60´ (ou até ao intervalo), para mudar a dinâmica do ataque, por exemplo colocando Gaitán e Lima, pois não me parece que estes jogadores ficassem “cansados” para Domingo com 30´minutos de jogo ontem, sendo certo que Cardozo se arrastava pelo campo e Sulejmani coleccionava perdas de bola. A certa altura também me pareceu evidente o declínio físico de Salvio e que Markovic podia ser importante num jogo em que havia muitos espaços...mas JJ resolveu dar apenas 10 minutos ao Sérvio que, em poucos minutos, arrancou logo duas faltas ao porto.

No final, saímos do jogo com um mau resultado, especialmente por não termos marcado nenhum golo fora, mas saímos vivos para a segunda mão, onde, quem sabe, poderemos já apresentar o onze mais forte. De resto, e muito sinceramente, parece-me que este porto só por mera sorte conseguirá segurar um Benfica a jogar na máxima força.

Isto dito, vamos aos mais e menos:

Cardozo – uma mera figura de corpo presente no jogo de ontem; não pressionava no ataque, não ganhou uma bola no jogo aéreo, falhou passas e recepções de bola; uma exibição desapontante que se poderá dever à falta de forma física.
Sulejmani – fez um jogo muito fraquinho; não é dos jogadores mais utilizados, mas tem sido um dos suplentes em que JJ mais aposta, o que não lhe permitirá usar da desculpa da falta de frescura física ou ritmo de jogo; a certa altura, parecia ter uma mola escondida debaixo da chuteira, pois a sua recepção de passes estava horrível; para esquecer.
Salvio – mais que a falta de ritmo competitivo, parece-me um jogador ansioso e com muita vontade de fazer as coisas bem e voltar a ser decisivo; precisa de arrancar uma boa exibição para acalmar e voltar ao velho Salvio pragmático e objetivo; estou certo que ainda vai ser muito importante para o nosso fim de época, mas ontem fez um jogo fraco.

Rodrigo – dos elementos da frente, era o único que dava “abanões” no jogo à medida que pegava na bola; porém, estava tão “sozinho” na frente que não chegava para as encomendas; saiu não porque estivesse a jogar mal ou porque estivesse cansado, mas para ser resguardado para Domingo;
Artur – o brasileiro teve uma exibição positiva, especialmente nas saídas a cruzamentos, área onde costuma vacilar;
Luisão – o capitão esteve, novamente, praticamente intransponível; coleccionou uma série de cortes importantes e controlou bem a ameaça Jackson; também gostei da exibição de Garay, porém não o poderei destacar estando este jogador ligado ao golo do porto.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário