Um matador que
é tudo menos consensual, mas que certamente ficará na história do Benfica.

Escrevo este
post como uma espécie de
mea culpa, pois fui daqueles que
entendeu que o Tacuara não tinha condições para ficar no Benfica depois do
episódio da final da Taça de Portugal. De facto, e analisando friamente, o
episódio de desrespeito ocorrido na final da Taça foi mau de mais para ser
verdade, uma atitude inaceitável que poderia fazer alastrar a desordem e o
desrespeito no balneário. Por outro lado, e olhando para o quadro completo,
haverá sempre a atenuante do jogador ter reagido a quente, num momento de
absoluto desespero perante o inacreditável (e até inconcebível) fim de época
2012/2013 do Benfica e um “cansaço” perante um treinador que exige muito
(psicologicamente) dos jogadores.
A verdade, é
que o jogador esteve à venda no mercado de Verão e apenas não saiu porque o
presidente não quis abrir mão dele por
tuta
e meia e exigiu 15M€ pelo seu passe, valor esse que os clubes interessados
acharam demasiado…
Olhando para
este início de época do Cardozo, não podia estar mais agradado pelo facto de
ter ficado, uma vez que, não só o jogador tem rendido (e muito!) nos jogos que
fez, como também parece não haver qualquer resquício do episódio de
indisciplina ocorrido, existindo uma aparente sanação de conflito entre o
jogador, treinador e o restante plantel. Deverão muitos clubes estar
arrependidos de não terem aberto os cordões à bolsa…
Mas então, o
que é que ganha o Benfica com Cardozo?
A resposta é
óbvia: golos! É aquilo que o Paraguaio sabe fazer. Não lhe peçam para jogar
bonito, para vir atrás buscar jogo, para tabelar, para transportar a bola…nada
disso…peçam-lhe para andar pela área e cheirar a bola, pois, quando esta lhe
cair no pé esquerdo, muito dificilmente parará noutro sítio que não o fundo das
redes.
É evidente
que, um avançado com tantas limitações não poderá ser um jogador para todas as ocasiões,
não é o chamado one size fits all,
como são outros avançados completos, que fazem todo o tipo de missões; mas é
certo que o Paraguaio é o tipo de jogador que se encaixa na maior parte dos
jogos do Benfica, tanto naqueles em que temos de carregar para cima do
adversário menos forte - quando precisamos de presença na área -, como naqueles
em que o adversário é de nível similar ao do Benfica, mas que concede muitos
espaços em zona de finalização, como foi o caso do jogo do Sporting. Para as outras ocasiões temos outro tipo de jogadores no plantel, como Lima e Rodrigo, que são mais rápidos e gostam de transportar bola.
Cardozo nunca
será consensual, seja pelo seu jeito tosco, seja por falhar passes
ridiculamente fáceis, seja por mandar calar o público quando está num dia mau,
seja pelo que for, mas não haverá nenhum benfiquista que não lhe esteja grato
por todo o serviço que este jogador prestou ao clube.
Vale o peso dele em golos!
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