Tal como se previa, a vitória no
terreno do paços não foi fácil e só um Benfica vestido com o fato-macaco
conseguiu trazer os 3 pontos.
São já sobejamente conhecidas as
dificuldades que o paços coloca às
equipas grandes, especialmente nos jogos a realizar na Mata Real. O terreno
mais curto que o habitual, coloca dificuldades às equipas que precisam de espaço
para desenvolver o seu futebol e o jogo de ontem não foi excepção a esta regra.
A juntar a esse factor, tivemos um paços de “marcha-atrás”, com quase toda a
equipa atrás da linha da bola e um terreno muito pesado e difícil de se jogar.
Com todas estas condicionantes,
só um Benfica lutador e de mangas arregaçadas podia levar de vencida a equipa
dos castores, Benfica esse que só apareceu na 2ª parte. Durante o primeiro
tempo, o Benfica nunca conseguiu encontrar o antídoto para o autocarro
pacense, bem estacionado num terreno enlameado e que cedia à velocidade das
investidas do Benfica. Markovic e Rodrigo perdiam bolas sucessivamente, Lima
mal tocava na bola e Gaitán e R. Amorim estavam com muita dificuldade a criar
jogo.
Foi na segunda metade que o
Benfica entrou mais rápido e determinado e onde ficaram bem patentes as
debilidades pacenses: em poucos minutos o Benfica criou mais perigo à baliza
dos castores do que em toda a primeira parte. Num canto rapidamente marcado,
Amorim descobriu Garay solto na área para fazer o primeiro. Foi este o momento
de capital importância no jogo, pois obrigou o autocarro pacense a arrancar do
estacionamento e a deixar a defesa mais destapada. E é exactamente nesse
contexto que surge o segundo golo do Benfica, numa das (até aí) raras
oportunidades de Markovic explorar a sua velocidade. Neste aspecto, há que
destacar JJ que, minutos antes, preferiu tirar Gaitán (que até estava mais em
jogo) a Markovic, talvez acreditando que este pudesse beneficiar do espaço que
a defesa do paços ia agora cedendo. Ponto final no jogo, que depois se arrastou
até ao fim, com o Benfica a controlar as operações.
Isto dito, vamos aos mais e
menos:
Garay – eu talvez andasse em falta com os centrais do Benfica,
porque não os tenho destacado nos últimos jogos, sendo que, como é evidente,
têm estado em grande forma, não permitindo quase golos sofridos (nem sequer
grandes jogadas de perigo na nossa baliza); o argentino fez mais um jogo ao seu
nível; inteligente no lance do 0-1, soube aparecer em zona de finalização muito
antes do posicionamento defensivo do paços, lance esse que viria a mostrar-se
decisivo na mudança de paradigma do jogo até então;
R. Amorim – unanimemente considerado o man the match pela imprensa, parece-me justo esse reconhecimento,
seja pelo trabalho defensivo, seja pela assistência no primeiro golo, seja pela
recuperação de bola no segundo; não é um Enzo, mas ontem supriu bem a sua
falta;
Luisão – o capitão esteve, uma vez mais, intransponível. Uma
muralha que os avançados do paços nunca conseguiram ultrapassar; merece o
destaque pela sucessão de bons jogos que tem vindo a efectuar;
Markovic – esteve apagado quase toda a primeira parte: errático,
não segurava uma bola, não engatava um drible…mas, na única oportunidade que
teve para mostrar o seu futebol, arrancou para a baliza como uma seta e
finalizou a contar...afinal, no futebol, o que conta são os golos.
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