quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Anderlecht - Benfica: mais e menos



O que dizer do jogo de ontem? Ganhámos, é certo, mas fica sempre aquele amargo de boca: por que será que demoramos tanto tempo a “entrar” em jogo? Era preciso dar 30 minutos de avanço ao adversário? Será que tínhamos mesmo que permitir o empate quando tínhamos o jogo na mão frente a uma equipa com poucos argumentos? Será que não devíamos ter procurado activamente pelo 3.º golo quando estava 2-1? Será que as substituições teriam que ser feitas apenas a 7 e 3 minutos do fim?

Felizmente ganhámos! A bola chutada por Rodrigo passou caprichosamente por entre as pernas do desamparado guarda-redes do Anderlecht e entrou… e se não entrasse? Certamente estaríamos todos insatisfeitos e a dizer o que esteve mal no alinhamento da equipa: 

- “não devíamos ter jogado com o Fejsa …o Cavaleiro devia ter jogado de início…o Cardozo é que faz falta… etc…”.

Mas a bola entrou e muitas dessas vozes calam-se. Faz também parte da beleza deste desporto: a bola que bate na trave e faz com que esteja tudo mal e a bola que entra e faz com que esteja tudo bem. A maior parte dos comentadores desportivos e demais “paineleiros” vão muito nessa onda. Eu cá já não sou tanto assim…

Não foi uma exibição conseguida e fico com a sensação que a débil formação belga, se devidamente apertada, abanaria por todos os lados. Ofensivamente não têm argumentos e só um Benfica desconcentrado permitiu 2 golos de uma equipa que ainda não tinha marcado qualquer golo caseiro na Champions.

A equipa do Benfica alinhou com o onze que adiantei ontem (rectius, o lesionado Sílvio deu lugar a A. Almeida), embora num desenho táctico ligeiramente diferente. A equipa iniciou o jogo com um duplo pivot defensivo no meio – Matic e Fejsa – e com Enzo mais colado à direita, libertando Markovic para a posição de segundo avançado, atrás de Lima. Se, no papel, a ideia era boa, na prática revelou-se desastrosa: Enzo perdia relevância na ala, Matic não se estava a soltar e Markovic andava perdido e sem bola. Foi precisamente quando Enzo procurou terrenos mais centrais que mais se viu o Benfica na Bélgica, ajudando Matic também a subir de rendimento no jogo. Gaitán foi importante a espaços, sempre com os seus rasgos de genialidade, e não compreendi a sua substituição quando ainda se encontrava em campo um (notoriamente) desinspirado Markovic. Lima voltou a estar distante do jogo, talvez não por (exclusiva) culpa sua, mas pela incapacidade dos restantes colegas em lhe fazer chegar a bola em boas condições. 

Valeram os 3 pontos, o milhão de euros, o prestígio europeu e Rodrigo, que mesmo entrando para jogar uns parcos 7 minutos, não se fez rogado e marcou um golo pleno de oportunidade e importância. Será o regresso do Rodrigo AM (antes Moscovo)?


Isto dito, vamos aos mais e menos:

Enzo: continua a ser um jogador muito importante no miolo para o Benfica e é o grande transportador de jogo; a sua importância no jogo traduziu-se em 2 assistências para golo; perde fulgor na ala, mas, em boa hora, percebeu que tinha que cair mais no meio para pegar no jogo do Benfica.
Matic: não foi uma exibição perfeita, longe disso, mas o sérvio esteve, novamente, ligado à história de sucesso do Benfica no jogo, tendo marcado o golo do empate, numa fase em que o Benfica estava sem ideias e reacção; foi também importante a trazer o jogo para a frente.
Gaitán: se, por momentos, parece que liga o “complicómetro” e estraga lances ofensivos, outras vezes arranca jogadas de génio, como na jogada do golo, onde, com uma maravilhosa recepção orientada tirou da frente um adversário e chutou para golo; importante em determinadas fases do jogo, onde parecia ser, com Enzo, os únicos a remarem contra a maré.
Rodrigo: depois de ter “malhado” no Rodrigo semanas a fio, não poderia deixar de dizer que é de louvar que um jogador que entra para fazer 7 minutos num jogo consiga estar motivado (e até “quente) para fazer uma arrancada daquelas e um golo decisivo; não tenho muito mais a dizer de Rodrigo porque a sua intervenção no jogo limitou-se ao golo e a uma falta que deu livre perigoso para o Anderlecht; não se pode pedir mais de um jogador que entra para fazer tão poucos minutos e JJ deveria repensar se estas entradas tardias de jogadores em campo são para manter; a meu ver, a não ser que seja para “queimar” tempo, faz pouco sentido e desmotiva jogadores…mas ontem saiu bem…



Markovic: pouco mais que inexistente ontem; jogou no meio, onde penso que poderá render mais, mas esteve sempre muito “preso” entre as marcações dos homens do Anderlecht e procurou pouco as costas da defesa (até porque não havia espaço); quase sempre atrasado a chegar às bolas, também não fez da recepção de bola o seu forte ontem; pede-se mais de um jogador que indiscutivelmente tem categoria.
Lima: mais uma exibição abaixo do que lhe conhecemos; teve pouca bola, é certo, mas pode e deve fazer mais, especialmente quando tem oportunidade de rematar à baliza; falta de confiança nítida.
A.Almeida: não conseguiu impor-se na esquerda; sem expressão ofensiva e estranhamente inseguro a defender em alguns lances; é a direita que se sente confortável, claramente.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Anderlecht - Benfica: prognóstico do onze



Mais uma jornada de Champions e, para não variar, mais um jogo difícil. As contas são fáceis de fazer: o Benfica precisa de ganhar hoje, se ainda quer aspirar em passar à próxima fase, e tem que esperar que o PSG faça o seu trabalho perante o Olympiacos, isto para que a decisão fique para a última jornada, onde o Benfica receberá em casa um PSG – que, esperemos - já estará apurado em 1º lugar!

Porém, para que se conjugue esse cenário, é absolutamente necessária a vitória de hoje que, em condições normais, tem que acontecer, mesmo sem Cardozo.



Tenho muitas interrogações relativamente ao onze que JJ irá apresentar, isto por força das ausências de Cardozo e Siqueira e pelo mau desempenho do Benfica no último jogo.

Na defesa, acredito que Maxi, já regressado dos compromissos internacionais, seja o escolhido para lateral direito (embora o técnico normalmente opte por A. Almeida nos jogos decisivos) e que Sílvio transite, assim, para o lado esquerdo da defesa. A dupla de centrais será, certamente, a habitual.
No meio campo tenho, desde logo, muitas dúvidas sobre o tridente do meio que JJ fará alinhar (não acredito que alinhe só com 2 médios centro e 2 avançados), podendo variar entre a opção da imagem, com a entrada de Fejsa para robustecer o meio campo e fazer as tarefas mais defensivas, libertando Matic para terrenos mais adiantados e deixando Enzo como organizador de jogo. Este parece-me o cenário mais provável, mas é certo que este esquema já foi testado e apagou do jogo um jogador importantíssimo para o Benfica - Matic – que parece dar-se melhor na posição mais recuada do meio campo.

Assim sendo, Jesus poderá também optar pela entrada de Djuricic para a posição mais adiantada do triângulo do meio campo (se bem que JJ teima em colocá-lo mais à frente, numa posição que ele designa como “9,5”) e deixar a dupla mais defensiva entregue a Matic e Enzo. Poderá também promover a entrada de Cavaleiro para uma das alas ofensivas e escolher Markovic ou Gaitán para jogarem no meio, atrás do ponta de lança, que deverá ser Lima.
Nas alas, não acredito em grandes surpresas, mas há a hipótese de Cavaleiro poder jogar para se castigar Markovic pela “brincadeira” do último jogo, embora não acredite muito neste cenário e me pareça desajustado de todo.

Pessoalmente, talvez preferisse o meio campo composto por Matic-Enzo-Djuricic, mas insisto: o Djuricic deve jogar como número 10, e já não como 9,5. Parece evidente que o Sérvio rende mais quando tem a bola controlada e joga a partir de trás. Quando está muito adiantado no terreno, não tem espaço para desenvolver – e engatar – o seu futebol, pois recebe constantemente a bola de costas para a baliza e já com um ou dois polícias por perto. Certamente que o Sérvio, se conseguir pegar no jogo a partir de trás, poderá combinar bem com os alas e mesmo com o ponta de lança e tentar encontrar espaços para as diagonais de Markovic, que têm sido mal aproveitadas.

Esperemos que o Benfica entre concentrado, que não claudique nas bolas paradas defensivas e que seja eficaz quando criar oportunidades, pois ainda nada está perdido e está muito dinheiro em jogo.

Carrega Benfica!

domingo, 24 de novembro de 2013

Benfica - Braga: mais e menos



Não falhei por muito no onze que adiantei ontem. Só as inesperadas ausências de Maxi e Cardozo impediram que fizesse o pleno.

Jesualdo, como técnico experiente que é, percebeu aquela que é a maior dificuldade deste Benfica e soube explorá-la através da colocação da equipa num bloco baixo com jogadores combativos no meio (destaque para o duro e faltoso Luiz Carlos) e extremos rápidos e com bom toque de bola (grande exibição de Alan). É consabido que o Benfica sente dificuldades quando tem que pegar no jogo e encarar uma equipa bem fechada no seu meio campo e sente redobradas dificuldades quando essa equipa fechada sai em contra-ataque com critério, como foi o caso do Braga. E assim foi! Benfica sempre com dificuldades em penetrar no último terço do Braga e que, com o avançar do tempo, tornou o seu jogo mais previsível e lento! Parecia, no entanto, que mais tarde ou mais cedo iria sair um dos passes do meio para as diagonais de Markovic, que o isolaria…mas, por três vezes, ou o passe foi muito longo ou o domínio não foi o melhor. Não era a tarde do Sérvio. Nem desse, nem do companheiro de sector, Djuricic, que não conseguia pegar na batuta do jogo. Pareciam estar reunidos todos os ingredientes para mais um resultado negativo.

Num momento em que o ascendente era do Braga, e que os jogadores do Benfica pareciam estar cansados, Matic, em jogada de garra, rouba a bola a Mauro e, perante dois jogadores, remata forte e cruzado de pé esquerdo para o momento da noite! Depois disso, o Benfica soube gerir, com Matic a sobressair em diversas jogadas.

Isto dito, vamos aos mais e menos:


Matic: pelo golo absolutamente fundamental que marcou e pelo que jogou; está em clara subida de forma e o Benfica bem precisa de um Matic em grande para almejar vencer troféus;
Enzo: durante 60 minutos foi o motor da equipa do Benfica, momento em que sentiu uma quebra de rendimento, talvez pelo cansaço; sempre com a bola bem colada no pé, tentou ser o maestro que Djuricic não conseguiu ser;



Lima: o avançado atravessa uma má fase e nem parece o mesmo; sempre longe das zonas de finalização, parece estar muito ansioso na hora de rematar à baliza; que venha depressa o golo moralizador, pois precisamos do brasileiro na mesma forma da época passada;
Djuricic: o técnico deu-lhe a missão de jogar entre linhas e de ligar o meio campo ao ataque, mas o sérvio poucas vezes foi capaz de o fazer; tem bom toque de bola e muita margem de progressão, mas ainda não é o 10 que o Benfica precisa neste momento; precisa de crescer.
Rodrigo: uma miséria! Sinceramente não consigo perceber a mais-valia deste jogador neste momento; desde que foi atropelado por um comboio na Rússia que não engata uma finta, um bom remate, nada… arrasta-se em campo…corre muito, tem muita disponibilidade, mas faz tudo mal! Remata quando não deve, passa quando deve rematar, nem engata um lance de 1 para 1, deixa fugir bolas…enfim, uma miséria! Se houver fundo de verdade nas notícias sobre as ofertas pelo jogador, que o vendam enquanto ainda tem valor de mercado, pois aqui não está a ser feliz; para isto, mais vale apostar em N. Oliveira, que não lhe fica nada atrás; em suma: para rodar ou vender.
Markovic: não é que tenha feito uma exibição má, pois conseguiu, com as suas movimentações, causar os maiores calafrios à defesa do Braga, mas o o que é certo é que não conseguiu dar o melhor seguimento a esses lances; a parte mais negativa foi mesmo ter saído e não ter cumprimentado o técnico, mostrando-se desagradado com a exibição;

Benfica B - show ofensivo, falta de rigor defensiva

Antes da análise do jogo da equipa principal, umas pequenas notas sobre a nossa equipa B.


O jogo de ontem foi mais um exemplo do que tem sido a época desta equipa B: muito poder ofensivo e uma enorme falta de rigor a defender.
Ontem voltámos a estar a ganhar o jogo por uma boa vantagem (2-0 e 3-1) e só não perdemos o jogo por alguma sorte (e uma excelente defesa de Varela, a um penalti do Oliveirense). Nem a entrada de S. Vitória deu mais estabilidade ao sector defensivo, que continua muito permeável e a deixar desamparado o guarda-redes Varela, que pouco ou nada pôde fazer nos três golos do Oliveirense. Estranho, se pensarmos que o timoneiro da equipa é Hélder Cristovão, um conhecido defesa central. A culpa da permeabilidade da defesa não se deverá, certamente, exclusivamente esse sector, mas a verdade é que os laterais e os centrais não estiveram, mais uma vez, bem sintonizados e permitiram muito espaço especialmente entre o central e o lateral do seu lado; os médios mais defensivos também não ofereceram a cobertura adequada (ontem não jogou o Lindelof que me parece que faz a posição com boa intensidade), o que contribuiu para que o Oliveirense criasse várias jogadas de perigo e tivesse chegado ao empate no jogo.

Por outro lado, destaca-se a força ofensiva da equipa, que continua a marcar muitos golos. A. Gomes fez um golo de bandeira e uma boa exibição em termos ofensivos; Hélder Costa também fez um grande golo para juntar a uma bela exibição. Já Urreta, apesar de ter sido muito apreciado pelos comentadores da Benfica TV, não me convenceu: um jogador que já esteve na equipa principal do Benfica e V. Guimarães é suposto ter uma intensidade e rodagem diferente dos restantes miúdos, mas ontem não mostrou. Bernardo Silva teve dois ou três toques de classe, todavia esteve distante do jogo. Lolo mostrou bons pormenores, mas fico com a impressão que é jogador para jogar como segundo avançado e não como ponta-de-lança.

Uma coisa é certa: quem vai ver o Benfica B não vai aborrecido para casa...mais sete golos no jogo.

sábado, 23 de novembro de 2013

Benfica - Braga: prognóstico do onze titular



Depois de uma semana de Ronaldo&Companhia a vilipendiarem os pobres suecos, já estávamos todos com saudades de ver o nosso Benfica a jogar e hoje chegou (finalmente) o dia; e logo com jogo grande.

O Braga é um dos adversários que mais dificuldades tem causado ao Benfica nos últimos anos e, apesar de aparentar não estar com o fôlego das últimas épocas, certamente que será um osso duro de roer, até pelo ódio que esta equipa parece cultivar e nutrir por nós.

Este jogo marca também o 1º de 4 jogos em que JJ não estará no banco. É certo que Jesualdo tentou desvalorizar a ausência e é um facto que JJ não joga, mas não é menos verdade que qualquer equipa fica sempre mais fragilizada sem o seu timoneiro no banco. Se Jesualdo acha que não faz diferença estar no banco, que vá ver o jogo para o camarote, pois daí até vê melhor e com as repetições televisivas…tudo mind games!

São muitas as dúvidas que tenho quanto à formação que o Benfica vai alinhar, a começar pelo esquema táctico a empregar, mas aposto no seguinte 11:


O esquema táctico inicial parece-me que será o 4x3x3 (ou 4x2x3x1). O Benfica tem utilizado este esquema nos últimos compromissos e a equipa tem mostrado uma boa dinâmica que a equipa técnica deverá querer manter. R. Amorim, um jogador que seria importante nesse esquema não estará disponível, mas há uma série de jogadores que também podem alinhar e completar o esquema, tais como Fejsa, que poderá jogar numa dupla mais defensiva com Matic ou, naquela que me parece a hipótese mais adequada, fazer entrar Djuricic para a posição mais adiantada do triângulo do meio campo e recuar Enzo para a posição 8.

Se JJ optar pelo 4x4x2, certamente que teremos Matic e Enzo no meio campo e Lima e Cardozo na frente. Só espero que, na hipótese de jogarmos neste desenho táctico, JJ não coloque Djuricic como segundo avançado, posição essa em que o sérvio já mostrou não render, isto porque recebe as bolas já com o adversário a respirar-lhe no pescoço, o que dita a falta de espaço para explanar o seu futebol; Djuricic tem de jogar mais a partir de trás, a conduzir bola.

Na lateral esquerda mantenho a dúvida: aquele lugar é de Siqueira, mas a condição física do brasileiro poderá não ser a melhor e Sílvio tem desempenhado o papel com grande eficácia, o que poderá ditar a sua entrada no onze. Do lado direito, será o motivado Maxi a jogar.
Nas alas ofensivas também não deverão haver mexidas, com Gaitán e Markovic a entrarem em campo para essas posições e ambos com a missão de, no caso de o esquema ser o 4x3x3, de caírem no meio para triangularem com Cardozo e Djuricic e abrirem espaço às subidas do respectivo lateral.

Carrega Benfica! Tragam-nos os 3 pontos!