Ao contrário do que o discurso de
JJ quis fazer transparecer, não foi um ponto ganho ao porto; foram, outrossim,
dois pontos perdidos e a hipótese de cavar um fosso grande (6 pontos) em
relação a essa equipa e de chegar ao Derby isolado na liderança…
O jogo foi sempre controlado pelo
Benfica num relvado impraticável e que roubou, no primeiro tempo, um golo “cantado”
a Rodrigo. O Benfica pareceu jogar
sempre com uma certa sobranceria e ficava a sensação que os jogadores
acreditavam que, mais minuto menos minuto, a bola ia entrar na baliza dos
galos.
A sobranceria haveria de acabar,
no entanto, quando Siqueira foi
expulso por acumulação de amarelos. No mínimo será de considerar imprudente a
falta sobre Brito depois de já ter visto um amarelo.
A verdade é que o Benfica, com
10, estava pressionante e, num lance de Gaitán,
arrancou uma grande penalidade que Lima
se encarregou de bater com calma e classe.
Houve reacção do Gil, mas ténue.
Com mais um homem em campo, não eram capazes de criar grandes oportunidades,
excepto através de lances de bola parada. E, na sequência de um canto, sai um
remate da entrada da área que Oblak
não conseguiu suster. O Benfica estava em apuros, mas o talismã Cardozo já estava em campo.
O Benfica, com menos um homem e a
jogar num relvado que mais parecia um lamaçal, sentiu algumas dificuldades, mas
foi suficientemente esclarecido para levar o perigo à baliza do Gil. Na
sequência de um canto, Cardozo fica
com a baliza à mercê do seu pé esquerdo e falha um golo incrível: era um
presságio para o que havia de vir.
Já nos descontos, Djuricic, recém entrado, entra na área
com a bola controlada e é carregado em falta por um defesa do Gil. Parecia
estar tudo alinhado para o Benfica conquistar os três pontos… Cardozo não deixou ninguém chegar perto
da bola, assumiu a responsabilidade como em tantos outros momentos e … falhou!!
Sei que fazer o totobola à segunda-feira
é fácil, mas a verdade é que disse a quem estava a ver o jogo comigo, e antes
da penalidade ser marcada, que deveria ser Lima a apontar o penalti, porque
pensei que o paraguaio pudesse estar “perro” de tantos meses de ausência,
porque Lima já tinha facturado de penalti no jogo e porque não sou adepto de Cardozo a marcar os penaltis.
No fim do jogo, JJ disse que os
jogadores têm autonomia para decidir quem bate as penalidades. Cardozo acreditou que podia fazer o
golo e assumiu a responsabilidade. Nada a dizer! Se marcasse, estaríamos aqui
todos a louvar o regresso do grande salvador Cardozo… Agora acho que, de ora em diante, se Lima estiver em campo, deverá ser o brasileiro a marcar, até porque
tem mostrado frieza nesses momentos e não tem vacilado.
Isto dito, vamos aos mais e
menos:
Oblak – não se pode crucificar o miúdo, mas a verdade é que não
esteve bem no lance do golo do Gil; pareceu mal batido.
Siqueira – a imprudente abordagem ao lance com Brito deixou o
Benfica a jogar com 10 homens mais de 30 minutos e numa altura em que o jogo
estava empatado; estou convencido que, sem a expulsão, o Benfica não perderia
pontos.
Cardozo – foi o homem do jogo, pela negativa; poucos minutos em
campo e teve nos pés as duas melhores ocasiões para selar a vitória, o que não
logrou fazer.
Gaitán – sempre muito dinâmico, foi das unidades mais clarividentes
do Benfica durante o jogo, mesmo quando teve que jogar a defesa esquerdo;
arrancou o primeiro penalti e apagou-se no final do jogo por já estar esgotado
fisicamente.
Lima – merece o destaque pela frieza que demonstrou na marcação do
penalti e pelo trabalho demonstrado durante o jogo; na primeira parte é o
protagonista do lance mais perigoso do Benfica, onde Rodrigo só não facturou
pelo estado do terreno.
Fejsa – sem deslumbrar, dou o destaque pela autoridade que
demonstrou no controlo do meio campo defensivo; não há dúvidas que é mais um “Javi
Garcia” que um “Matic”.
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