Na ressaca da importante vitória em Vila do Conde, cumpre
analisar as principais incidências do jogo.
O Benfica apareceu “no papel” com jogadores que pareciam
alinhar num 4-4-2, com Enzo mais à direita e Lima e Rodrigo a fazerem de
avançados centro. Todavia, na prática, o esquema táctico foi muito dinâmico e
tivemos momento no jogo em que a equipa parecia estar num claro 4x3x3, com
Rodrigo a cair mais como avançado/extremo direito, Enzo mais no meio, Gaitán a
extremo esquerdo e Lima a ponta-de-lança.
O resultado desta mutação táctica não foi imediato e a
primeira parte do Benfica não foi acutilante. É verdade que saiu para os balneários
a ganhar pela diferença mínima, mas o jogo parecia não querer corroborar essa
vantagem, pois, na verdade, o encontro foi sempre muito equilibrado, sem claras
ocasiões de golo parte a parte, tendo o Benfica beneficiado de uma arrancada
rápida de Lima, do lapso do guarda-redes do Rio Ave e do oportunismo de Rodrigo
para chegar à vantagem.
No início de segunda parte, mais do mesmo: com muita lentidão
nas transições ofensivas, o Benfica parecia querer privilegiar a posse e
tentava, assim, suster o magro resultado. Se é verdade que o conseguia com
algum sucesso, não foi menos verdade que um lance bastou para o Rio Ave empatar
a contenda, num lance em que a defesa ficou baralhada com a movimentação de
Hassan e em que A. Almeida fechou demasiado ao meio, deixando Ukra livre para
rematar ao golo.
Chegou o empate e os adeptos do Benfica tremeram, mas a
reacção não se fez esperar. O herói de Bruxelas apareceu para mostrar que está
presente e começou a mexer no jogo com as suas arrancadas. Porém, foi o outro
avançado, Lima, que, num lance de génio, acabou com o seu jejum de golos e
voltou a colocar o Benfica em vantagem. A eficácia, era, por esta altura, quase
total.
Depois disso, um médio do Rio Ave comete uma falta grosseira
e acaba expulso do jogo e aí o Benfica foi claramente superior, criando algumas
ocasiões de golo, tendo Lima acabado por marcar o segundo golo após mais uma
boa arrancada de Rodrigo.
Mais uma vez, foi melhor o resultado que a exibição, mas o
que conta são os 3 pontos e a liderança partilhada do campeonato. Haverá, no entanto, que realçar que o Benfica se debate com muitas ausências neste momento, e algumas são de vulto (Cardozo, Salvio, Siqueira, R. Amorim, Sílvio, etc.) e que, mesmo assim, a equipa tem apresentado argumentos para vencer os jogos que tem disputado, o que é de salutar.
Isto dito, vamos aos mais e menos:
Rodrigo – parece que o golo na Bélgica lhe devolveu alguma
da confiança que já há muito lhe faltava; esperemos que a senda de boas exibições
fiquem e durem…
Lima – Finalmente, Lima! O que o brasileiro estava a
precisar era de meter umas redondinhas no saco e olha que meteu duas com grande
qualidade. Vai crescer de forma, com certeza!
Matic&Enzo – não me canso de elogiar esta dupla, pois
são os motores e alma do Benfica; um dia que não estejam vamos ver a qualidade
da equipa baixar uns degraus.
A.Almeida – já no último jogo se percebeu
que não tem grandes rotinas no lado esquerdo e que vai ser difícil cimentar-se
nessa posição, mas coloco-o com “menos” pela acção no golo sofrido do Benfica.
Gaitán – fez um jogo discreto o talentoso
médio argentino e a equipa precisa dele para ganhar talento e irreverência do
meio campo para a frente.
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