Apesar da fase por que atravessa
o Benfica não ser má, pelo menos em termos de resultados, parece ser
indiscutível que há uma peça que parece faltar no xadrez da equipa e para a
qual ainda não foi encontrado um substituto à altura.
Falo, obviamente, de Eduardo
Salvio.
O Benfica fez, neste defeso, um
grande esforço financeiro para manter o argentino no plantel, tendo, ao que
consta, rejeitado várias propostas para a venda do respectivo passe. Não é de
admirar, porque, efectivamente, na época passada Salvio foi um dos grandes
esteios da boa época do Benfica e é perfeitamente natural que tenha despertado
a cobiça dos emblemas mais endinheirados da europa.
Salvio lesionou-se logo num dos
primeiros jogos da época, quando a equipa ainda se refazia mentalmente do
desgosto da época passada, deixando a posição de extremo direito órfã, quando
nada o fazia prever, dada a riqueza de soluções do plantel para o lugar
(Markovic, O. John, Sulejmani, Cavaleiro, E. Perez, entre outros).
O que é certo é que, até ao
momento, muitas soluções foram ensaiadas, mas nenhuma colhe satisfação plena:
Markovic foi o primeiro a merecer a confiança, mas tem demonstrado não ser
aquela a posição ideal para ele, pois, apesar da velocidade e imprevisibilidade
imprescindíveis para um extremo, parece faltar-lhe algum pragmatismo, alguma
consequência no seu jogo, para não falar das constantes derivações para o meio
e na falta de acutilância defensiva, indispensável quando a equipa alinha num
4-4-2; seguiu-se O. John, que, parece sentir-se mais confortável no extremo
oposto do terreno e que, força da sua falta de intensidade no jogo, cedo deixou
de ser opção; Cavaleiro foi também testado, mas nota-se alguma verdura no jogo
do português; nos últimos jogos, tem cabido a Perez esta posição, mas, se o
Benfica ganha em muitos aspectos, perde em muitos outros, a começar pelo facto
de afastar o jogador do centro do terreno, onde ele rende mais, perdendo,
também, velocidade e profundidade no flanco.
Compreende-se a exigência, isto
porque Salvio sempre deu uma enorme verticalidade ao seu flanco, por força da
sua velocidade e capacidade de drible, e, ademais, é um jogador perfeitamente
consequente, o que poderá ser atestado pelo número de golos e assistências
realizadas nas duas épocas de águia ao peito. Como virtudes, acresce a sua entrega ao jogo, igualmente em tarefas defensivas, o que o torna um jogador compatível com o esquema de dois avançados, em que se exige mais rigor defensivo dos extremos.
Conto os dias para o argentino
voltar…a lesão que sofreu é, normalmente, debelada após 6 meses de trabalho de
recuperação. Apenas me recordo de um atleta que o fez em menos tempo, Derlei,
e, se não me engano, foi em 4 meses. Contados os 6 meses, apenas poderemos
contar com Salvio lá para Março, por altura das decisões. Oxalá fosse possível
encurtar o tempo de recuperação para Salvio estar com ritmo de jogo já nessa
altura. Pelo que se diz, Salvio trabalha incansavelmente no Seixal para
regressar em boa forma, só espero que o consiga.
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