Depois do jogo de ontem, parece-me que se poderá dizer que o
Benfica levou de vencido o Nacional com inteira justiça, porém sem deslumbrar.
A verdade é que o Benfica apresentou um futebol bem melhor
que aquele que vinha apresentando nos últimos jogos, no entanto continua longe
daquele futebol rápido e enleante que o vimos praticar na época transacta.
Não será alheio ao facto do Benfica ter jogado melhor o
Nacional ter-se apresentado com uma equipa ofensiva, que procurou pressionar o
Benfica bem lá na frente e sem se fechar muito no seu meio campo. Manuel Machado
talvez tenha sido arrogante, pois sabe melhor que ninguém que as grandes
dificuldades do Benfica existem no seu momento ofensivo, quando a outra equipa está
posicionada defensivamente. Quando é dada a possibilidade ao Benfica de criar lances em
contra-ataque, normalmente as equipas têm mais dificuldades perante os seus
avançados rápidos e/habilidosos.
O jovem I. Cavaleiro foi a grande novidade no 11 de JJ e foi
uma aposta ganha, na medida em que trouxe intensidade e verticalidade aos
flancos. Rodrigo também foi novidade e procurou ligar o meio campo ao ataque,
porém, sem grande sucesso. Enzo e Matic funcionaram melhor, Cardozo continuou
com o pé quente e Gaitán apareceu em grande na segunda-parte. Ingredientes que
foram suficientes para bater o Nacional.
Vamos aos mais e menos:
Cardozo – sempre Cardozo! Mais um golo e uma assistência. É,
neste momento, o jogador mais influente do Benfica. Não fora aquela enorme
perdida de pé direito na 1ª parte e teria sido uma exibição fantástica;
Enzo – continua a mostrar o quão é importante na manobra da
equipa, quando joga pelo meio; deixou tudo em campo, mais uma vez, e foi desequilibrador
através do transporte de bola;
Gaitán – depois de ver a 1ª parte, pensei que seria mais um
jogo do Gaitán 2013/14; porém, a reentrada em campo veio desmentir o meu
pressentimento: um pontapé perigoso, uma assistência e alguns toques de classe
durante o segundo tempo; está a subir de forma;
Ivan Cavaleiro – parece um cliché dizer bem do miúdo, mas o
que é facto é que mostrou ter raça, vontade, INTENSIDADE (que parece uma
palavra desconhecida no vocabulário de Ola John) velocidade e bons pés; falhou
em alguns lances, algo que é perfeitamente desculpável para um atleta de 20
anos que fez agora a sua estreia a titular.
Rodrigo – desde o famoso jogo em S. Petersburgo que o
hispano-brasileiro vem desiludindo e ontem não foi excepção; sempre com muita
entrega ao jogo, foi coleccionando más opções, tanto de remate como de passe,
até se apagar completamente no jogo; não parece ser um substituto à altura de
Lima;
Matic – a exibição do jogo com o Nacional foi melhor do que
as que tem feito, mas apenas coloco o Sérvio em destaque porque sei que é capaz
de muito mais do que fez ontem, especialmente durante o 1º tempo, quando errou alguns
passes e ligou o complicómetro; subiu de rendimento na 2ª parte, porém não para
o nível que nos habituou.
Ola John – pouco tempo em jogo, mas o suficiente para ter
tido um par de boas jogadas que não deu o melhor seguimento, isto pela
displicência que já lhe é habitual.
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