domingo, 2 de fevereiro de 2014

Gil Vicente - Benfica: mais e menos



Ao contrário do que o discurso de JJ quis fazer transparecer, não foi um ponto ganho ao porto; foram, outrossim, dois pontos perdidos e a hipótese de cavar um fosso grande (6 pontos) em relação a essa equipa e de chegar ao Derby isolado na liderança…

O jogo foi sempre controlado pelo Benfica num relvado impraticável e que roubou, no primeiro tempo, um golo “cantado” a Rodrigo. O Benfica pareceu jogar sempre com uma certa sobranceria e ficava a sensação que os jogadores acreditavam que, mais minuto menos minuto, a bola ia entrar na baliza dos galos.

A sobranceria haveria de acabar, no entanto, quando Siqueira foi expulso por acumulação de amarelos. No mínimo será de considerar imprudente a falta sobre Brito depois de já ter visto um amarelo.

A verdade é que o Benfica, com 10, estava pressionante e, num lance de Gaitán, arrancou uma grande penalidade que Lima se encarregou de bater com calma e classe.

Houve reacção do Gil, mas ténue. Com mais um homem em campo, não eram capazes de criar grandes oportunidades, excepto através de lances de bola parada. E, na sequência de um canto, sai um remate da entrada da área que Oblak não conseguiu suster. O Benfica estava em apuros, mas o talismã Cardozo já estava em campo.

O Benfica, com menos um homem e a jogar num relvado que mais parecia um lamaçal, sentiu algumas dificuldades, mas foi suficientemente esclarecido para levar o perigo à baliza do Gil. Na sequência de um canto, Cardozo fica com a baliza à mercê do seu pé esquerdo e falha um golo incrível: era um presságio para o que havia de vir.

Já nos descontos, Djuricic, recém entrado, entra na área com a bola controlada e é carregado em falta por um defesa do Gil. Parecia estar tudo alinhado para o Benfica conquistar os três pontos… Cardozo não deixou ninguém chegar perto da bola, assumiu a responsabilidade como em tantos outros momentos e … falhou!!  Sei que fazer o totobola à segunda-feira é fácil, mas a verdade é que disse a quem estava a ver o jogo comigo, e antes da penalidade ser marcada, que deveria ser Lima a apontar o penalti, porque pensei que o paraguaio pudesse estar “perro” de tantos meses de ausência, porque Lima já tinha facturado de penalti no jogo e porque não sou adepto de Cardozo a marcar os penaltis.

No fim do jogo, JJ disse que os jogadores têm autonomia para decidir quem bate as penalidades. Cardozo acreditou que podia fazer o golo e assumiu a responsabilidade. Nada a dizer! Se marcasse, estaríamos aqui todos a louvar o regresso do grande salvador Cardozo… Agora acho que, de ora em diante, se Lima estiver em campo, deverá ser o brasileiro a marcar, até porque tem mostrado frieza nesses momentos e não tem vacilado.

Isto dito, vamos aos mais e menos:

Oblak – não se pode crucificar o miúdo, mas a verdade é que não esteve bem no lance do golo do Gil; pareceu mal batido.
Siqueira – a imprudente abordagem ao lance com Brito deixou o Benfica a jogar com 10 homens mais de 30 minutos e numa altura em que o jogo estava empatado; estou convencido que, sem a expulsão, o Benfica não perderia pontos.
Cardozo – foi o homem do jogo, pela negativa; poucos minutos em campo e teve nos pés as duas melhores ocasiões para selar a vitória, o que não logrou fazer.


Gaitán – sempre muito dinâmico, foi das unidades mais clarividentes do Benfica durante o jogo, mesmo quando teve que jogar a defesa esquerdo; arrancou o primeiro penalti e apagou-se no final do jogo por já estar esgotado fisicamente.
Lima – merece o destaque pela frieza que demonstrou na marcação do penalti e pelo trabalho demonstrado durante o jogo; na primeira parte é o protagonista do lance mais perigoso do Benfica, onde Rodrigo só não facturou pelo estado do terreno.
Fejsa – sem deslumbrar, dou o destaque pela autoridade que demonstrou no controlo do meio campo defensivo; não há dúvidas que é mais um “Javi Garcia” que um “Matic”.


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