O mais importante foi conseguido, mas fica uma exibição muito cinzenta perante um "remendado" Braga.
De facto, fica a sensação que um Benfica mais assertivo levaria de vencido este Braga com mais tranquilidade, todavia assim não o conseguiu fazer. O Braga entrou forte e pressionante, mas volvidos 5 minutos de jogo, o Benfica assumiu as despesas do jogo e logrou conseguir um golo cedo que trouxe a procurada tranquilidade.
Foi, porém, tranquilidade a mais: à imagem de outros jogos, o Benfica desliga os motores após a vantagem e joga em "piloto automático", num perigoso limbo que, a qualquer momento, pode redundar em perda de vantagem. Muitos ilustres "paineleiros" anunciam este novo estilo de jogo do Benfica como uma equipa mais cínica e que faz da defesa o seu forte. No entanto, parece-me a mim que esta forma de jogar não é intencional e não está na génese do Benfica. Outrossim, a "contenção" de jogo do Benfica deve-se a um menor rendimento do meio campo, onde Fejsa não consegue ser um Matic e onde Enzo tem baixado de produção nestes últimos jogos e, num meio campo a dois, e que se encontra permanentemente em desvantagem numérica perante os adversários, a fase ofensiva ressente-se e funciona um pouco aos "repelões" e ao sabor de algumas jogadas individuais dos talentos que o Benfica tem na frente. Estas dificuldades têm sido sentidas, sobretudo, nos jogos fora.
Dito isto, vamos aos mais e menos:
Rodrigo - continua a ser o jogador mais do Benfica; arrancada fabulosa no primeiro golo a comprovar o bom momento de forma; foi criterioso nas descidas no terreno e conseguiu, por vezes, fazer a ligação entre sectores que o meio campo, por si, não conseguia; chegou ao final do jogo ainda fresco e arrancou um penalti que podia ter dado a tranquilidade;
Lima - finalmente está numa série de golos; foram muitos os jogos onde andou sem faro de golo, mas parece que agora está mais confiante a aparecer nos sítios certos; incompreensível e inadmissível que não tenha sido ele a bater o penalti no final: já provou que é o melhor marcador deste tipo de bola parada e o treinador continua a permitir que os jogadores decidam ao sabor das suas vontades, em prejuízo da equipa;
Siqueira - gostei novamente da exibição do brasileiro; foi certo a defender, fechando muito bem no meio perante o irrequieto Pardo; faltou alguma profundidade ofensiva, mas penso que tal se terá devido à apatia geral da equipa na fase ofensiva.
Enzo - não esteve em campo hoje; desde cedo se mostrou "complicativo" com a bola nos pés, a segurar a bola quando devia e a errar muitos passes (com excepção de um passe fabuloso que fez nos primeiros minutos e que quase dava golo de Gaitán); depois de ter levado um toque, a sua exibição caiu ainda mais e ficou a sensação que podia e devia ter saído logo ao intervalo.
Gaitán - também não foi um dos melhores jogos do argentino, que falhou muito no capítulo do passe, o que não costuma ser habitual nas suas exibições.
Markovic - nunca conseguiu impor verdadeiramente o seu melhor atributo, que é a progressão em velocidade com a bola controlada e andou distante quase sempre do jogo; JJ esperou para tirá-lo do campo, porque, como sabemos, o sérvio tende a "sacar uns coelhos da cartola" como ninguém, mas talvez se impusesse mais cedo a entrada de Sálvio, cujas características, seriam, porventura, mais adequadas ao jogo de luta que se desenrolou no terreno de jogo.